domingo, 4 de outubro de 2009

Pátria que me Pariu



21 de abril de 1990, por volta das 14:00 ,nasce Fabio dos Santos. Para todos da sua comunidade seria apenas mais um dos cinco filhos de Joana, solteira e desempregada há seis meses. Contudo, para o hospital e profissionais da saúde nascia ali o fruto de uma pátria desigual. Com algumas partes do corpo totalmente deformadas, o bebê vive por apenas alguns minutos antes de virar estatística de aborto. A gravidez como a de todos os filhos foi indesejada, ainda não se sabe quem são os respectivos pais. Ao saber que estava esperando o seu quinto filho, Joana desesperou-se, o medo e a responsabilidade de criar mais um filho bateu de frente com a realidade vivida por ela, naquele momento o pensamente que a dominava era o aborto. Pensou, pensou mais uma vez e resolveu procurar uma amiga que entende do assunto, ao termino da conversa Joana já sabia claramente quais efeitos que os remédios abortivos causavam não só para ela como para a criança.

Passado quinze dias, Joana consegue o dinheiro para a compra do remédio “ Citotec” , sua aplicação foi de forma inadequada sem qualquer acompanhamento de algum profissional da saúde. Os meses corriam e o efeito esperado pelo remédio não acontece. Chega-se ao nono mês, Joana ciente do que poderia acontecer durante o parto, já não sabe mais o sentido da sua vida. Já é noite dia 20 de abril quando surgem às primeiras contrações, Joana rapidamente pede ajuda, sendo levada para o hospital da cidade, após uma espera de aproximadamente quinze horas, enfim ela se dirige a sala de cirurgia. Seu parto ocorreu de forma perfeita. Entretanto, no momento em que a criança é retirada surge o silêncio, ao pegar o bebê no colo, Joana nada fala, apenas chora.



Por Anderson Sampaio

Um comentário:

  1. Que Pátria é essa, que pari milhões e milhões de renegados sociais?
    triste, forte, autêntico!!!
    Parabéns pelo texto!!!
    simplesmente ameiiiii!!

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